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quinta-feira, 29 de março de 2018

A medida do amor é amar sem medida!


Certa vez num encontro pedagógico da escola em que eu trabalhava, conversava com um Professor do Ensino Fundamental, eu era Professora da Educação Infantil e falávamos sobre as diferenças de ser professor ou professora, num papo descontraído, mas como não chegávamos a conclusão nenhuma, eu perguntei:
-Você ama os seus alunos?
Ele meio que em choque, responde:
-Amar? Claro que não!
-Encontramos a diferença! Eu amo meus alunos durante cada ano. É um amor tão grande, que emociona.
Ele olha pra mim, como se eu fosse estranha...rsrsrs
Sim, sou mesmo estranha. Ainda bem!
Essa introdução é para falar de amor...
Não é de hoje que os poetas tentam definir o amor e talvez por isso, as pessoas foram tendo a necessidade de categorizar e colocar o amor em caixas...
Caixa do amor de amigo, amor de irmãos, amor de esposa/marido, amor de mãe, etc. Partindo desse pressuposto de caixas, perde-se muito tempo em teorias e pouco tempo com a prática do amor que é simples: "Amai ao teu próximo como a ti mesmo". Esse deve ser o lema do amor: esquecer conceitos, medidas, teorias e simplesmente amar no presente, como se esse amor nunca fosse acabar, mesmo que acabasse não deixaria de ser amor. Quando amamos dessa forma, somos incapazes de fazer o mal a alguém, não por ter algum parentesco ou proximidade conosco, mas somente porque amamos o próximo como a nós mesmo e logo não faríamos ou desejaríamos o mal.
O amor poético é bonito de se ler como poesia que é, mas o amor da vida real, nem sempre é fogo, nem sempre arde, nem sempre é ferida, nem sempre tem fórmula, nem sempre tem nome, nem sempre se define, mas sabemos quando sentimos mesmo quando queremos camuflá-lo com medo do peso que a palavra AMOR tem, acabamos dizendo, que temos carinho, preocupação, ciúmes, mas no fundo tudo se traduz em amor.
Existem milhares de teorias sobre o amor. Com certeza você já ouviu algumas delas muitas vezes. Quer ver?
- Só se conhece o amor, depois que tem filho! (E quem nunca teve, nunca vai conhecer o amor?)
- Se acabou, não era amor! (Quem determinou que o amor tem contrato vitalício?)
- Você não sabe o que é o amor, afinal nunca namorou! (Eu amo, tantas pessoas e coisas, esse amor não é amor?)
- Você conheceu ela ontem e já diz que ama? Isso não é amor! (O sentimento é meu e eu chamo como quiser, para mim é amor! Depois de quanto tempo se sabe que é amor? Cadê o calendário?)
- Ah, mas você ama mais fulano do que sicrano? (O amor não tem gráfico, logo não precisa ser comparado!)
- Você ama viajar ou ficar em casa? (Pra quê escolher, se posso amar os dois?)
- Como você ama uma pessoa que não te ama? (O amor não é moeda de troca!)
Pequenos gestos, grandes ações, olhos que sorriem, lágrimas que caem, mãos que se tocam, abraços apertados, conversas bobas, papos sérios, tudo é amor.
Por isso, que digo sem medo, que amo mesmo que seja por um minuto, uma hora, um mês, um ano, uma vida. Amo quem conheci ontem e quem ainda nem conheço, amo as pequenas coisas e sempre estou descobrindo novos amores. Recentemente, descobri que amo gatos! Se eu não tivesse dado a chance de conhecer, morreria sem esse amor.
Nunca é tarde demais, sempre é hora de amar.
Em tempos de ódio, vista-se de amor!
"...A medida de amar é amar sem medida, velocidade máxima permitida..."

domingo, 9 de outubro de 2016

Adam

Procurando o que assistir no Netflix, encontro "Adam", me interessei pelo filme pela descrição "preso em seu próprio mundo...", mas não imaginei que se tratava de um homem com a Síndrome de Asperger. que tinha dificuldades na interação social, de mudar sua rotina, de falar o que convencionalmente se deve falar e na hora oportuna, de entender o que o outro precisa ouvir, de compreender sentimentos e nomeá-los. Enfim, como diz na própria descrição do filme, vivia no seu próprio mundo.
A principal dúvida de quem convivia com ele,era saber o que realmente ele sentia, se nem olhar nos olhos do outro ele conseguia. De fato, mesmo que nenhuma palavra seja dita, pelo olho no olho, conseguimos ter noção dos sentimentos do outro. Mas, o que achei mais interessante no filme foi perceber que cada pessoa vive presa em seu próprio mundo e esse mundo é criado desde antes do nascimento, quando os pais planejavam a sua chegada até os dias atuais, e são as suas vivências que vão formando o mundo de cada um.
Entrar no mundo outro não é tarefa fácil, tampouco conviver com as manias de cada um. Precisamos seguir regras e criar exceções constantemente para driblar essa convivência, que na maioria das vezes alguém sempre sai insatisfeito. O ser humano é muito complexo e necessita de muito para se satisfazer e quando alguém preenche todos as nossas exigências, criamos outras, meio que inconscientemente para que já não exista mais a tal harmonia. Vivemos nessa busca incessante de agradar e sermos agradados todo o tempo e para isso fingimos, mentimos, omitimos, enganamos e nos aprisionamos na ideia de fazermos tudo pela lei da boa convivência.  E se todas as pessoas tivessem a Síndrome de Asperger?
Como seria viver num mundo em que todas as pessoas, só falassem realmente o que sentiam, o que queriam falar, o que queriam calar, que assumissem o seu pânico de mudar a sua rotina, de não querer enfrentar diversas pessoas falando de assuntos que não interessem e de não ter que seguir os padrões da boa convivência.

Para mim seria uma liberdade total, iríamos finalmente entender, outras formas de comunicação, quebraríamos as barreiras e entenderíamos que existem outras formas de  sentir e demonstrar afeto pelo outro, além da palavra e do olhar. Descobriríamos o amor no toque, na presença mesmo que silenciosa, no cuidado e no respeito ao outro. Que mundo seria esse? Afinal, somos nós que vivemos presos no nosso mundo ou eles que vivem livres no mundo deles? 









quarta-feira, 29 de junho de 2016

Eu quero apenas...






Esses dias estava ouvindo relatos sobre o que é "A melhor amiga", fiquei refletindo sobre o assunto e surgiu a grande dúvida: como conseguir o status de melhor amiga?
Para completar, assisti o filme "Já estou com saudades" e na história, elas são as melhores amigas por terem se conhecido quando crianças e compartilharem todos os momentos mais importantes da vida delas. Esse tipo de amizade, atualmente para mim é meio improvável. Ao longo dos anos pessoas entram e saem da nossa vida, o mundo vai girando, havendo encontros e desencontros, tornando-se praticamente impossível compartilhar todos os grandes momentos.
Quando se é adolescente existe a necessidade de escolher a melhor amiga e normalmente a eleita é aquela que "topa tudo" e que tem os mesmos gostos. Na construção da própria identidade, se busca alguém que se assemelhe, na idéia de juntas serem mais importantes e corajosas.
Na idade adulta, com a personalidade "formada", vamos percebendo que já não precisamos da melhor amiga, a vida de "gente grande"  inevitavelmente afasta algumas pessoas e aproxima outras. Já sabendo como funcionamos, vamos percebendo diferenças entre nós e os outros que por vezes, passa pela cabeça nos afastar dessas pessoas, não existe "tempo", nem paciência para lidar com as diferenças. Mas, se conseguirmos deixar nosso egocentrismo de lado, perceberemos que é através das diferenças que crescemos como pessoa, o que falta no outro, eu posso ter muito e vice versa.

 Antigamente, eu me definia como uma pessoa de poucos e verdadeiros amigos, hoje em dia, essa frase já não me define, eu quero muitos melhores amigos, não importa a quanto tempo conheci, convivi, se nunca mais verei, se a pessoa me considera da mesma forma, nada disso importa,  o que importa é fazer da convivência com cada pessoa um GRANDE MOMENTO

Eu quero apenas olhar os campos
Eu quero apenas cantar meu canto
Eu só não quero cantar sozinho
Eu quero um coro de passarinhos

Quero levar o meu canto amigo
A qualquer amigo que precisar
Eu quero ter um milhão de amigos
E bem mais forte poder cantar...

terça-feira, 12 de abril de 2016

E se não curtirem?




Imagine que você posta uma foto bacana nas suas redes sociais e não tivesse uma curtida sequer. O que você sentiria? O que pensaria?
Eu acharia no mínimo estranho que perante tantos amigos, colegas, conhecidos, simpatizantes e seguidores, ninguém enxergasse a mesma beleza que eu.
Na verdade, ao postar uma foto, queremos partilhar um pouco de nós, do que pensamos, do que gostamos e de quem somos, nas mais variadas facetas. Queremos de alguma forma, fazer parte de um grupo, ser aceito e curtido.
Sou fã do Instagram e sigo uma anônima que posta diariamente a sua dieta, falando como se tivesse um público a quem prestar contas e muitas vezes, pede desculpas por postar atrasado. Normal para os dias de hoje, não é o primeiro a tratar do assunto. O que me chama a atenção é que a maioria das suas postagens não têm nenhuma curtida, ou no máximo uma. E eu faço questão de curtir só por caridade, porque no fundo não curto suas postagens. Com certeza, ela não precisa da minha curtida de caridade. Caso eu estivesse no lugar dela, já teria deixado de postar na terceira foto sem curtida. Creio que eu seja a errada e ela a certa.
Tudo o que postamos tem um pensamento muito íntimo por trás, seja para levantar a autoestima, para incentivar, motivar, mostrar o batom, o momento, a roupa, o sorriso, dentre tantos motivos que existem. O dessa pessoa tão perseverante e segura, talvez seja de servir de exemplo para os outros e principalmente para ela mesma. Ela traçou seus objetivos de emagrecimento e segue-os, independente de qualquer aprovação. Aprendamos com os exemplos!
E sigamos partilhando coisas boas, sem medo dos julgamentos e das rejeições em forma de "não curtidas". Afinal, somos responsáveis pelas nossas atitudes e pensamentos, o que os outros vão pensar da sua foto não é problema seu. Isso pode soar um pouco prepotente e rebelde, mas não tem a pretensão de ser (lá estou eu, preocupada com a interpretação dos outros). Só quero levantar a bandeira da liberdade de expressão. Compartilhem, postem e curtam muito! 


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O que esperar quando não se espera...


Fui chamada para um concurso que fiz há 5 anos atrás, no mesmo ano em que cheguei de Cabo Verde, no mesmo ano que eu ainda achava que era possível colar minhas raízes em Natal, como se nunca tivessem sido arrancadas. Naquele tempo eu ainda pensava como lagarta e tudo que eu precisava era de um casulo quentinho para me aconchegar. Com o passar do tempo, compreendi que uma vez cortadas as raízes, não podem ser coladas novamente, podem sim tentar renascer em outros solos, mesmo que nem sempre floresça. Também aprendi e continuo aprendendo que já não penso mais como lagarta e virei uma borboleta que só pensa em voar, talvez essa borboleta não consiga mais viver dentro do casulo, ela já conseguiu encontrar aconchego dentro dela, nas coisas novas que ela vê e nas pessoas que ela encontra pelo caminho. Essa borboleta, já não  sonha com empregos eternos e estáveis, porque faz 7 anos que ela não sonha mais sozinha, ela casou com um corajoso aventureiro, que também tem o mundo como seu lar. Esse caminho me escolheu, quando eu disse: sim, eu aceito!
As vezes, aparecem as tentações e provações para me fazer duvidar da escolha que fiz, mas hoje digo sem medo, que estou no caminho certo. Se amanhã, posso me arrepender? Talvez sim, talvez não. A vida é assim mesmo, faço minhas escolhas baseadas no que preciso no presente e não no futuro que não tenho nenhum poder sobre ele. Se me aparece uma oportunidade, que me faz ter que escolher entre minha profissão ou meu casamento, essa não é bênção, é LIÇÃO!


"Existem coisas melhores adiante, do que qualquer outra que deixamos para trás".








domingo, 24 de janeiro de 2016

Dias melhores!

    



    Quando morei fora do país, lembro-me que via todos os dias as notícias do Brasil e tinha a sensação que por estar longe estava perdendo  muita coisa, oportunidades profissionais, gastronômicas e familiares.
     Há quase cinco anos que voltei para o Brasil, a sensação de perda aumentou, sinto que continuo perdendo, sendo que agora as perdas são bem maiores, estamos perdendo o direito de ir e vir. Todos os dias continuo vendo os sites de notícias e vejo os piores atos de violência sendo praticados por motivos banais e  com uma crueldade assustadora.
     A jovem Karol que foi baleada em Natal durante um assalto  me chocou muito, fui dormir com o coração doendo como se fosse comigo. Fizeram uma caminhada pela paz, no local do assalto e dentre tantas outras,  tinha uma faixa que me chamou atenção "Eu sou Karol". Daí, entendi  que esse sentimento que dói em mim, dói também em toda a população e a cada vítima de violência, morre também um pedaço de nós, morre a cada dia a esperança de dias melhores.
     Estão nos roubando tudo o que temos de mais precioso: a paz, a liberdade e a vida. E o pior, sem direito a escolhas, não dão o direito de escolher entre viver ou  entregar todos os bens materiais, eles simplesmente  roubam tudo, inclusive a vida.
    E eu pergunto:  Que vida miserável essas pessoas que praticam o mal levam, a ponto de matar alguém sem piedade? O que podemos fazer para nos proteger? O que podemos fazer para sermos livres como antigamente?  Quando não teremos o medo como companhia constante?
   Creio que ninguém saberá essas respostas, mas tenho certeza que todos vivem esperando dias melhores, mesmo que ainda pareça uma utopia....


Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz
Dias a mais
Dias que não deixaremos para trás

Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre
vivemos esperando
Dias Melhores pra sempre
Dias melhores pra sempre
Pra sempre...

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Márcio




Quem é Márcio?
Márcio foi uma criança que tornou-se inesquecível.
No meu segundo ano como professora estagiária de uma creche
Estava na entrada, junto com as outras professoras dando boas vindas aos novos alunos
E vi um menino que me chamou a atenção
Ele era tão magro e maltratado pela sua vida pobre, que mal conseguia andar com aquelas perninhas frágeis e tremidas
Parecia um passarinho!
Naquele momento meu coração se partiu em mil pedaços
Fiquei torcendo para que ele não ficasse na minha turma
Eu não suportaria viver com aquela fragilidade em forma de criança
E embora não aparentasse, ele tinha 4 anos e por obra do destino, seria meu aluno
Todos os dias eles chegavam e iam comer, principalmenre Márcio que tinha tanta fome
Com o contato diário, sentia ainda mais aperto no coração em ver uma criança 
Que não falava e não sorria
Tinha feridas e bichos nos pés, mãos e cabeça
E eu no auge da minha inexperiência, não sabia o que fazer para ajudar aquela criança, que nem tinha consciência da sua condição de ser criança
A vida que ele nasceu não permitia
Chegava o dia do seu aniversário e eu tinha que fazer alguma coisa para aquele dia ser diferente
Pedi a minha mãe para fazer um bolo de aniversário bem grande e bonito, comprei refrigerante e minha mãe mandou um presente para ele.
Meu irmão foi me levar de carro e eu fui segurando o bolo, como se levasse um tesouro nos braços
Quando Márcio chegou, arrumei a mesa e cantamos parabéns
Ele sorriu e eu chorei
Dos seus anos de criança talvez tenha sido o seu dia mais feliz
E foi o meu yambém
Nunca esquecerei esse dia e nunca deixarei de me emocionar lembrando dele
Depois desse dia pude presenciar seu sorriso outras vezes, principalmente quando eu lia historinhas e me despedia diariamente com um beijo
Antes do ano acabar, surgiram novos desafios e deixei a creche
Fugi sem me despedir de Márcio
Não tive coragem
Não suportaria ver aquele sorriso silencioso pela última vez
Saí de lá e chorei copiosamente por horas...
Naquela época, lutei com as armas que tinha: O amor, a sensibilidade e o AFETO!
Passados alguns anos,já com alguma experiência, continuo achando que a metodologia de ensino mais eficaz e a solução para tantos males, continua sendo; AMOR, SENSIBILIDADE E AFETO!
Márcio, os outros passarão, mas você PASSARINHO!